O desenvolvimento da colônia portuguesa na América dependeu de uma estratégia de defesa geopolítica. Não bastava explorar a terra e usar a mão de obra dos índios nativos, era preciso proteger o espaço com um sistema militar. Parte dessa estratégia foi o desenvolvimento das capitanias hereditárias, em 1534. É importante dizer que os holandeses estavam de olho nas terras portuguesas.
Os holandeses formavam um estado protestante iminente, enquanto Portugal figurava como um estado católico. Na época da Revolta Holandesa, quando os holandeses brigaram para ser independentes, eles já estavam interessados em ampliar o poderio econômico, aumentar suas terras e investir no comércio marítimo, que era muito importante na época do mercantilismo.
Católicos e protestantes viviam em conflitos, mas na área comercial Holanda e Portugal mantinham boas relações, principalmente porque os holandeses compravam açúcar brasileiro enviado para solo europeu.
No final do século 16, Portugal estava rendido à União Ibérica e respondia suas ações à coroa da Espanha. Neste contexto, Portugal e Holanda começaram a ter problemas em suas relações. A Holanda, que não queria ser prejudicada no comércio de açúcar, decidiu que a invasão de terras portuguesas na África e na América era o melhor caminho para garantir o acesso ao produto.
A primeira invasão holandesa no Brasil ocorreu em 1624, porém durou apenas até 1625, no Estado da Bahia. Depois, em 1630, outra invasão foi feita pelos holandeses, neste caso no Estado de Pernambuco. Seguiram ao norte da colônia e foram conquistando territórios como a Capitania do Ceará, São Luís do Maranhão, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Tudo isso foi comandado por Maurício de Nassau, responsável pela criação, no período de 1637 a 1644, do Brasil Holandês, cuja capital era em Recife, que tinha traços bem marcantes, como liberdade na escolha de religião, criação de zoológico e jardim botânico, busca de modernização e estímulo ao crescimento da produção de açúcar. Nassau era um ótimo político.
Os holandeses eram muito ousados e acabaram criando laços comerciais importantes na região do Pará e do Amapá no delta amazônico. Até metade do século 17, índios e holandeses caminhavam juntos no comércio de madeira, pescado, algodão, bebida, machados, roupas, urucum, tudo na base do escambo.
Até 1654, houve muita guerra na região, envolvendo holandeses, portugueses e índios. Neste ano, os holandeses foram retirados à força do território brasileiro.
As relações entre índios e holandeses foram intensas e criaram laços comerciais importantes. Sendo assim, a presença dos holandeses no nordeste brasileiro foi muito marcante e importante.
Aula do Professor Renato sobre Invasões Holandesas no Brasil
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