Você já ouviu falar de fake news? Trata-se de, literalmente, “notícias faltas”, numa tradução livre. Recentemente, este tem se tornado um problema sério, com uma série de desdobramentos políticos, econômicos e sociais. Neste texto, iremos dissecar, dentro das limitações, esse conceito do qual tanto se ouve falar nos noticiários, mas que, como fenômeno, ainda é pouco estudado.
Com o surgimento e popularização da internet, a difusão de informação se tornou algo multilateral e potencializado. O controle sobre todo esse conteúdo se tornou virtualmente impossível. De fato, esse tem sido um problema muito grave para, por exemplo, grandes redes sociais como Facebook e YouTube. Por serem plataformas com um grande número de usuários postando, assistindo e comentando nas postagens, o controle sobre todo esse fluxo de informações se torna muito difícil — e é aí que mora o perigo. Recentemente, essas e outras grandes redes sociais se mobilizaram no sentido de filtrar e censurar conteúdo ofensivo (como discursos de ódio) e informações falsas, bem como a responsabilização das partes responsáveis por essa disseminação. Contudo, devido ao imenso volume de material postado, muita coisa ainda passa por essa peneira.
As fake news, nesse sentido, acabam se espalhando muito pelo ambiente digital, ainda mais nas redes sociais com criptografia (como no caso do WhatsApp). Até 2016, isso nunca foi um verdadeiro problema com consequências que transcendessem a internet em si. Todavia, a partir desse ano, um padrão começou a ser detectado: o uso de fake news para cumprir interesses políticos muito específicos.
Donald Trump e as fake news
O ano de 2016 é importante porque foi nesse momento que o efeito das fake news passou a ser mais palpável na esfera política. A eleição de Donald Trump foi e ainda é cercada por muita polêmica e questões mal explicadas. Uma série de investigações ainda estão em progresso acerca do envolvimento russo no resultado das eleições de 2016. Tudo indica que houve interferência da Rússia, com a divulgação de e-mails pessoais de Hillary Clinton, a então candidata à presidência pelo Partido Democrata.
Além disso, parece que o uso da expressão “fake news” nunca foi tão usada por um político quanto Donald Trump. A cruzada interminável do presidente norte-americano contra a mídia e as instituições como o Poder Judiciário dos Estados Unidos envolve uma série de acusações levianas, muitas vezes feitas pelo próprio presidente em sua conta no Twitter. Donald Trump é mesmo um polemista nato, e distribui acusações de divulgação de fake news sem hesitar, apontando o dedo para jornais históricos como o The New York Times.
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