Em 1905, na cidade de São Petersburgo, na Rússia, houve um episódio marcado por uma revolta popular, ocorrida nos arredores do Palácio de Inverno, sede oficial dos czares, dominantes do poder no país.
Os trabalhadores que cercavam o local lutavam por condições de trabalho melhores. Nas fábricas, a situação dos operários era precária.
Neste domingo, 22 de janeiro de 1905, Czar Nicolau II mandou fuzilar milhares de pessoas que estavam no local com a finalidade de entregar uma carta de reivindicações ao imperador. Por causa desta ação de imensa violência e uso excessivo de força, o episódio deu início à Revolução Russa de 1905.
Fatos que levaram ao Domingo Sangrento
O Domingo Sangrento não foi um fato isolado. Na Rússia, no tempo dos czares, Nicolau II era um monarca que detinha pleno poder e herdou o controle do país através do absolutismo. A Rússia era um país que destoava de outras nações europeias, que estavam em pleno processo de industrialização.
Na Rússia, a economia podia ser classificada como semifeudal, enquanto na França, Inglaterra e Alemanha, as indústrias estavam surgindo cada vez mais.
Em 1890, na Rússia, houve uma transição muito forte e marcante, de forma equivocada, do sistema semifeudal para a industrialização. O objetivo do país era construir a ferrovia transiberiana, que seria usada para escoar a produção principalmente para o Leste da Europa.
Logo, por questão geográfica, São Petersburgo foi escolhida para receber as fábricas que seriam responsáveis pelo progresso da Rússia.
O governo estava, segundo historiadores, verdadeiramente obcecado em gerar negócios através da industrialização. O fato é que tanto os aristocratas quanto o czar não conseguiram manejar os trabalhadores para que eles seguissem seus interesses e orientações.
O Domingo Sangrento é uma prova da falta de habilidade política para manobrar a massa operária, já que o episódio resultou da demissão de 4 trabalhadores que estavam se queixando de violência excessiva empregada pelo capataz das fábricas.
Por isso, houve uma forte reação popular, quando operários da Rússia ficaram revoltados em ambiente urbano e rural. Essa raiva foi expressa por meio de motins, greves e manifestações.
Os movimentos reuniram milhares de pessoas sob organização de grupos políticos que eram contrários ao czar, principalmente formados pelos populistas narodiniques, social democratas, anarquisas niilistas e esquerda.
Entre os opositores marxistas, duas figuras se destacavam. Eram elas Trotsky e Lenin. Houve então uma forte pressão da massa de trabalhadores que queriam condições de trabalho mais humanas e justas.
Eles também reclamavam do excesso de privilégios do absolutismo e queriam reformas econômicas e políticas na Rússia. Depois do Domingo Sangrento, para amenizar os efeitos negativos da violência, Nicolau II acabou cedendo para a criação da Duma, um parlamento nacional que demonstrava uma abertura política na monarquia.
Mesmo assim, logo após a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa triunfaria em 1917, para atacar um sistema que estava ultrapassado e que não era mais aceito pela população, causando a queda definitiva dos czares.
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