Era Vargas (1930 – 1945)

A conhecida Era Vargas trata-se do período em que Getúlio Vargas governou o Brasil seguidamente de 1930 a 1945.

Essa época marcou a história do Brasil por diversas alterações que o presidente fez no país, tanto sociais quanto econômicas.

O período teve início com a Revolução de 1930 e posteriormente se dividiu em três momentos:

Vamos saber mais sobre cada momento vivido em nosso país no texto preparado a seguir, não deixe de ler.

Índice

Getúlio Vargas

Antes de conhecermos mais sobre esta era, que marcou muito a política brasileira, vamos saber mais quem foi Getúlio Vargas.

Getúlio Dornelles Vargas, mais conhecido por Getúlio Vargas, foi advogado, político e presidente do Brasil.

Da cidade de São Borja (RS), nasceu no dia 19 de abril de 1882, vindo a falecer no dia 24 de agosto de 1954.

Constituiu sua carreira política no Rio Grande do Sul e alcançou a presidência da República em 1930.
Tornando-se o presidente que mais tempo ficou no cargo em toda história republicana do Brasil.

Casou-se com Darci Sarmanho Vargas, e juntos tiveram cinco filhos, onde três deles se engajaram na política.

Um delas Alzira Vargas (1914-1992) que foi Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República.

Chegou à presidência no ano de 1930, logo depois da Revolução de 30 e permaneceu no poder primeiro de 1930 a 1945.

Nesse ano foi deposto e voltou através do voto popular em 1950 e após quatro anos, pressionado para renunciar, cometeria suicídio.

Era Vargas

Trata-se de uma época iniciada em 1930, após a Revolução de 1930, e que terminou em 1945 com a deposição de Getúlio Vargas.

A Era Vargas transcorreu por quinze anos da história brasileira, de 1930 a 1945 e no qual Getúlio Vargas era o presidente do país.

A chegada de Vargas ao poder foi resultado da Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes (presidente eleito que assumiria o país).

No decorrer desse período, Getúlio Vargas buscou centralizar o poder e diversos historiadores, compreendem o período 1930-1937 como a “gestação” da ditadura de Vargas.

Vargas ficou conhecido por sua aproximação com as massas, atributo que se tornou muito marcante durante a permanência do Estado Novo.

Getúlio ficou no comando do Brasil até 1945, quando foi forçado a renunciar à presidência por causa de um ultimato dos militares.

Características da Era Vargas

Governo Provisório (1930-1934)

Agora, vamos conhecer melhor cada época da Era Vargas, começando pelo Governo Provisório.

Trata-se do início do processo de centralização do poder, pela eliminação dos órgãos legislativos em níveis federal, estadual e municipal e ausência de eleições.

Neste período foram criados novos ministérios como o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério da Educação e Saúde, ambos em 1930.

Porém, estas medidas, somadas à nomeação de interventores estaduais, criaram um grande descontentamento de vários estados.

Aqui já havia importantes mudanças políticas, como o voto feminino, ensino primário gratuito e obrigatório, e a criação da Justiça do Trabalho.

Governo Constitucional (1934-1937)

Logo depois, temos o governo Constitucional, onde ocorre a Revolta Comunista, conhecida como Intentona, em oposição ao governo.

Aqui o Partido Comunista Brasileiro estava ilegal desde 1927 e seus membros participaram da ANL (Aliança Nacional Libertadora).

Porém, esta também seria extinta e vários dos membros foram perseguidos.

O PCB e da ANL tentam tomar o poder por meio das armas e então, tentam articular a Intentona Comunista, de 1935, dirigida por Luís Carlos Prestes (1898-1990).

Aqui o golpe não se formaliza e a repressão foi feroz, contendo torturas e prisões ilegais por parte da polícia política chefiada por Filinto Müller (1900-1973).

Mais trade, em 1937, Getúlio Vargas alega que existia outra tentativa de golpe comunista.

Ela ficou conhecida como Plano Cohen e este seria a desculpa para o fechamento do Congresso, cancelamento das eleições presidenciais e a anulação da Constituição de 1934.

Estado Novo (1937-1945)

Agora entramos em uma época um tanto quanto contraditória para muitos, o Estado Novo.

É considerado o período mais repressivo e ditatorial da Era Vargas, quando é proclamada a Constituição de 1937 e ao mesmo tempo é visto por muitos como uma época dourada onde os direitos trabalhistas foram criados.

Essa época extinguiu os partidos políticos, instituiu o regime corporativo e terminou com a independência entre os três poderes.

Aliais, foi a partir de novembro de 1937, que Vargas estabeleceu a censura aos meios de comunicação para impedir que a mídia anunciasse qualquer crítica ao governo.

Enraivecidos com o rumo centralista que o Brasil seguia, em 1938 a Ação Integralista Brasileira planeja um golpe.

Mesmo que as coisas não estivessem indo de acordo para muitos, no plano econômico, a Era Vargas se mostrava com medidas de nacionalização, bem como levar a cabo sua política trabalhista com a concepção da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Logo após o decreto

Assim que decretou o Estado Novo, Vargas fez o anúncio de uma nova constituição para o Brasil.

Ficando conhecida como “Constituição Polaca”, reafirmou vários dispositivos que alargaram os poderes do presidente.

Acabaram com os partidos políticos que disputavam o Poder Legislativo e assim, eram lançadas as bases de sustentação dessa nova ditadura.

Juntamente com a desmobilização dos grupos políticos do país, a Era Vargas reforçou o apoio ao regime ao fortalecer o tom populista que intermediava sua relação com os trabalhadores.

Com a efetivação dos direitos trabalhistas e a propaganda positiva dada ao governo, apresentou efeitos quando observamos manifestações de oposição mínimas ao Estado Novo.

Ele então já era aceito, como sendo o líder capaz para se combater as ameaças comunista e promover o desenvolvimento nacional.

A Economia

O Estado Novo acendeu vários institutos e agências responsáveis pela regulamentação de várias atividades.

Destaca-se também o investimento pesado na indústria, onde a Fábrica Nacional de Motores, a Companhia Siderúrgica Nacional, a Companhia Vale do Rio Doce e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco.

Essas eram algumas das estatais que deveriam abrir portas para o surgimento de outras indústrias no país.

Com uma faceta controladora, Vargas criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), onde tinha o objetivo de enaltecer os feitos do governo através de cartazes, notícias e imagens enaltecedoras.

Porém, esse mesmo órgão promovia a censura de todo o material ou manifestação artística interessada em criticar as ações do Estado Novo.

Aumentando sua ligação com as classes trabalhadoras, a Era Vargas oficializou a jornada de trabalho com 44 horas semanais, criou a carteira de trabalho e determinou o salário mínimo do trabalhador.

Através de conjuntos de ações, ele visava desmobilizar qualquer possibilidade de insatisfação contra seu regime e para muitos trabalhadores.

O ditador era um agente dos interesses nacionais e defensor das necessidades dos menos privilegiados.

Era Vargas e a Segunda Guerra Mundial

Com o surgimento da Segunda Guerra Mundial, em 1939, o Brasil toma a decisão de manter-se neutro diante do conflito europeu.

E devido à pressão americana, Vargas decide declarar guerra à Alemanha e, em seguida, manda soldados para Europa e concede uma base aérea para os americanos em Natal (RN).

Em troca disso, ganha concessão de empréstimos e modernização do armamento do Exército brasileiro.

O Fim da Era Vargas

O contrassenso entre lutar contra uma ditadura e viver em um país sem democracia ocasionou o começo do fim da Era Vargas.

Neste momento, diversos intelectuais, associações de estudantes e parte dos militares, iniciam protestos contra o regime varguista.

E no dia 29 de outubro de 1945, Vargas é deposto por um golpe militar e pela União Democrática Nacional, sendo levado ao desterro na sua cidade natal, São Borja/RS.

Getúlio Vargas suicidou no Palácio do Catete em 24 de agosto de 1954 com um tiro no peito.

Deixou em sua carta-testamento os motivos de sua decisão com uma frase célebre: “Deixo a vida para entrar na História”!

Conclusão

Enfim, foi na Era Vargas que se inicia o culto à personalidade ao líder.

Desfiles cívicos e as grandes concentrações que o aclamavam e cantavam em corais regidas, muitas vezes, por Heitor Villa-Lobos.

Em seu no último momento, foi marcado pelo o autoritarismo, censura e centralização do poder.