A escassez de chuvas na região sudeste do Brasil e a realidade dos reservatórios das principais represas do Estado de São Paulo trouxeram à mídia uma questão delicada sobre o poder de gestão e planejamento dos governos quando o assunto é a distribuição de água. Sabe-se que a péssima conservação das redes de distribuição faz com que grande parte do recurso tratado seja perdido em vazamentos. Além disso, a falta de visão para a realização de obras emergenciais e importantes em reservatórios evidencia o despreparo dos governantes no gerenciamento da questão água no Brasil.
O país está vivendo um alerta máximo, com sérios riscos de falta de abastecimento de água nos principais Estados do sudeste. Esta realidade pode prejudicar muito a vida dos cidadãos, além de ser um fator impeditivo para o crescimento do Brasil nos próximos anos. Estudos demonstram que as represas de São Paulo, por exemplo, só poderão recuparar seus níveis de água em 2016, isso se as previsões de chuvas para os próximos meses se concretizarem.
O sistema Cantareira, que abastece 55% da região metropolitana de São Paulo, vive um colapso e tem apenas 15% de sua capacidade total. O problema da falta da água não pode ser apenas relacionado ao verão seco que vivemos em 2014, mas também à falta de gestão pública no campo dos recursos hídricos.
Vivemos um desafio real do uso racional da água e da preservação de nossos rios e nascentes. É preciso que os órgãos responsáveis pela gestão da água, como a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), adotem medidas para evitar o desperdício de água.
O uso dos recursos hídricos deve ser racionalizado hoje para evitar que a água venha a faltar para as próximas gerações. Isso também exige mais consciência para reduzir os danos causados por atividades industriais, agricultura e mineração, principais áreas responsáveis pela poluição de rios no Brasil.