Praticamente todas as pessoas que existem já sofreram bullying em algum lugar. Para tornar mais brasileiro o termo do fenômeno de comportamento, trocaremos a palavra bullying por violência.
As vítimas de violência física e psicológica (vale destacar que não existe violência física sem que ocorra a psicológica e vice-versa) podem sofrer os primeiros golpes no seu primeiro ambiente social: a família. Pode-se dizer comum alguns primos, tios, irmãos ou outros parentes notarem um defeito físico na criança e dele fazerem chacotas repetidas. As formas de violência nesse ambiente variam, chegando até em abuso sexual. Interessante é notar que, desde cedo e no ambiente que deveria ser o mais acolhedor de todos, podem começar os abusos psicológicos que interferem na formação do inconsciente.
O bullying ficou mais conhecido por práticas de violência na escola, onde é o segundo ambiente social do ser humano. As situações são diversas, como o mais forte que bate no mais fraco, os apelidos indesejáveis e nada carinhosos, o feio que não consegue uma namorada e é motivo de piada, os adolescentes que se descobrem homossexuais e sofrem discriminação, onde novamente os defeitos físicos são motivo de brincadeiras maldosas, os professores de educação física que separam os “bons” dos “ruins” em determinada prática esportiva etc…
No período escolar, que começa com 5 anos e vai até os 17 (e contempla a fase da infância e da adolescência), é quando ocorre a formação que determina o ego da pessoa. A vítima da violência, quase que invariavelmente, estabelece traumas que podem gerar neuroses ou patologias psiquiátricas.
O problema do bullying é que o agressor nem sempre é repreendido ou punido e os abusos são crônicos. A vítima tem medo de reclamar o que lhe ocorre, o que facilita a persistência da ação. E depois de formado o ego, ou mesmo no período em que recebe agressões, a vítima tenderá a problemas psicológicos que despontam em sintomas de depressão e fobias, por exemplo. A partir daí para cada caso um tratamento.
Cabe à família participar e observar o comportamento da criança ou do adolescente durante o crescimento e o convívio social. À escola, observar com cuidado os alunos e intervir sempre que necessário.
Cabe à sociedade transformar os valores da moral aplicados pelo agressor, que normalmente é incentivado, até pelos pais, ao machismo, à homofobia, a ser o melhor, o mais forte, necessitando ofender e humilhar outro ser humano para sua auto-afirmação. Enfim, no Brasil, o problema está longe de acabar. Ao contrário, torna-se cada vez mais frequente.
Juliana Miranda – Equipe do GrupoEscolar.com