Rompimento da barragem de Mariana e seu desastre ambiental
O maior desastre ambiental do Brasil foi causado pelo rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais. Em 5 de novembro de 2015, a Barragem do Fundão, administrada pela Samarco, uma grande mineradora, estourou e acabou formando um verdadeiro mar de lama, deixando debaixo da terra inúmeras residências de Bento Rodrigues, um distrito localizado na região.
No desastre ambiental de Mariana, o prejuízo ao meio ambiente foi incalculável, já que mais de 43 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de minério foram despejados no Rio Doce e seus afluentes, afetando a biodiversidade, contaminando a água dos moradores da área, impedindo pessoas de trabalhar, além de matar 19 pessoas.
A tragédia de Mariana é considerada o maior estrago ambiental já ocorrido no Brasil. Cerca de 11 toneladas de peixes morreram por causa do contato com a lama de rejeito e pela queda do índice de oxigênio nos rios, afetando a biodiversidade no Espírito Santo e em Minas Gerais.
Mais de 3 anos já se passaram da tragédia e os danos ambientais ainda persistem na região, segundo pesquisadores. Além da tragédia ambiental do mar de lama, muitos moradores ficaram desabrigados e tiveram que recomeçar a vida do zero.
Sobre a questão ambiental, a lama de rejeito de mineração é muito prejudicial aos ecossistemas da região porque é repleta de agentes nocivos aos seres vivos, como óxido de ferro.
A lama despejada no desastre ambiental de Mariana, depois de secar, criou uma camada dura, muito parecida com cimento, fazendo com que muitas espécies não tenham mais condições de sobreviver na região.
Segundo pesquisadores, a lama também demora alguns anos para secar completamente, atrasando bastante a recuperação natural da área. Como o solo ainda é úmido de lama de rejeito de minério, não é possível manejar a recuperação ambiental.
Com o solo infértil, muitas plantas nativas deixarão de se desenvolver naturalmente durante anos. Por causa do contato com a lama, o solo ficará desestruturado e o pH da terra ficará em níveis inadequados.
Os especialistas em meio ambiente já consideram impossível a recuperação ambiental completa da área, como a região era antes do desastre ambiental de Mariana.
Com relação aos rios, a lama chegou ao Rio Doce através do rio Carmo e rio Gualaxo, afluentes que possuem grande importância no abastecimento das cidades próximas. Além de matar uma enorme quantidade de peixes, o ecossistema aquático ficou completamente prejudicado, afetando também os pescadores da região.
A lama também afeta os rios da seguinte maneira:
- Soterramento das nascentes;
- Assoreamento;
- Alteração no curso natural;
- Redução da profundidade.
A mata ciliar ainda foi arrancada pela lama. Na Justiça, estão correndo processos para apurar a responsabilidade de cerca de 22 pessoas e 4 empresas pelo desastre ambiental de Mariana.
Texto publicado em 24/04/2019.
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