O Neorrealismo foi uma importante corrente artística, que influenciou diversas formas de arte, inclusive a literatura. Trata-se de um movimento de vanguarda, com características modernas e inovadoras no campo da linguagem.
O nome Neorrealismo vem das palavras novo realismo, ou seja, uma vertente artística influenciada pelo realismo, mas com um perfil moderno. A corrente surgiu no início do século XX e teve representantes de grande importância na Europa e também no Brasil. Além da literatura, o Neorrealismo também foi notado na pintura, na música e no cinema.
Características do Neorrealismo
O Neorrealismo tinha uma forte influência da realidade, das questões sociais e culturais do período, dos fatos políticos e econômicos de cada país. Por isso mesmo, o escritor Máximo Gorki criou a denominação “Realismo Social”, que demonstrava bem algumas particularidades desse movimento artístico.
Na arte, as principais características neorrealistas foram: a expressão das lutas de classe, o anticapitalismo, o realismo social, os temas sociais e econômicos, a simplicidade no estilo de escrever, a linguagem coloquial e popular, entre outras.
O Neorrealismo na Europa e no Brasil
Na França, o Neorrealismo recebeu o nome de “Realismo Poético”, um estilo que esteve em evidência a partir do ano de 1930, inclusive no cinema, onde os filmes retratavam temas humanos e sociais, com muitas sátiras.
Na Itália, o Neorrealismo ganhou força na década de 1940, com uma produção literária de estética simples e produções cinematográficas que falavam sobre o cotidiano e a realidade social do país.
Em Portugal, o Neorrealismo se mostrou como um movimento literário comandado por escritores da segunda geração modernista. As obras criticavam o fascismo e tinham um caráter social, reformador e combativo. Um importante nome dessa corrente artística em Portugal foi o de Alves Redol, autor do romance Gaibéus, publicado no ano de 1940.
Por fim, no Brasil, o movimento do Neorrealismo influenciou os modernistas. Na literatura, os autores exploraram diversos temas regionalistas e nacionalistas, tanto na prosa quanto na ficção, no romance e na poesia social. Temas como a desigualdade social, as lutas de classe, a pobreza e os problemas econômicos do país ganharam destaque nesse movimento artístico, que usou como um de seus elementos principais a figura sofrida do nordestino. Alguns nomes importantes da literatura neorrealista no Brasil foram: José Américo de Almeida (A Bagaceira, 1928), Rachel de Queiroz (O Quinze, 1930), Graciliano Ramos (Vidas Secas, 1938), Jorge Amado (Capitães de Areia, 1937), Érico Veríssimo (O Tempo e o Vento), entre outros escritores renomados.