A queda do muro de Berlim ocorreu entre os dias 9 e de 10 de novembro de 1989, e foi o início do processo de reunificação da Alemanha que, durante a guerra fria, havia sido dividida em República Democrática Alemã e República Federal Alemã. Foi um dos acontecimentos históricos mais marcantes do século XX.
Mas por que o muro foi construído?
Após a derrota na segunda guerra mundial, a Alemanha teve seu território como centro de uma grande disputa. As nações vencedoras criaram quatro zonas de influência: uma soviética, uma norte-americana, uma francesa e uma britânica. A capital Berlim foi o principal ponto de atuação dessas potências, e o marco da divisão alemã em uma parte comunista, comandada pela União Soviética, e uma parte capitalista, administrada pelos países restantes.
Com essa divisão ideológica teve início a chamada Guerra Fria, em que o mundo estava separado entre duas potências inimigas. E, com o avanço do bloco comunista no leste europeu, os Estados Unidos criaram um plano para freá-los, o qual foi chamado de Plano Marshall, e tinha como princípio financiar a reconstrução de países devastados durante a guerra.
Assim, o lado capitalista de Berlim não demorou a desenvolver-se gerando emprego e renda. Já o lado comunista, não teve o mesmo avanço, o que deixou os habitantes insatisfeitos e dispostos a buscar oportunidades do outro lado do país. Estima-se que de 1948 a 1961, ao menos 3 milhões de pessoas tenham abandonado a parte comunista do país.
Preocupados com a imigração constante, os governos da Alemanha Oriental e da União Soviética decidiram construir um muro que isolasse a Berlim Ocidental. Essa foi uma obra de engenharia militar impressionante; uma barreira de concreto, barras de ferro e pontos de controle militar, que teve toda a sua base construída em poucas horas, entre os dias 12 e 13 de agosto de 1961, e que surpreendeu muitos moradores. O muro, com aproximadamente 155 quilômetros de extensão, dividiria a cidade de Berlim por 28 anos.
A Queda do Muro
Na década de 80 o lado oriental, governado pelos comunistas, entrou em grave crise econômica. Para mascarar a situação, o governo passou a fornecer subsídios para manter o consumo da população. Mas, essa estratégia não conseguiu evitar que o aumento da dívida externa e a falta de mercadorias fossem percebidos pelo povo.
A insatisfação crescia, agravada por um governo autoritário que não aceitava críticas e perseguia seus opositores com a ajuda da polícia secreta chamada Stasi, que se tornou o símbolo da repressão do governo. Mas, nada disso impediu que movimentos de oposição se tornassem cada vez mais fortes, impelidos por acontecimentos na Hungria e Polônia, onde o bloco comunista perdia força, o que tornava esses países mais atrativos para os habitantes da Alemanha oriental, e que resultou em uma nova onda de imigração.
Nos primeiros dias de novembro de 1989, a situação estava ficando fora de controle e vários membros do governo da Alemanha oriental foram demitidos. Então, só restou aos comunistas flexibilizar as restrições que existiam na fronteira. No dia 9 de novembro daquele ano, o porta-voz do lado oriental informou, erroneamente, que a nova lei de mobilidade entraria em vigor imediatamente. Mas, na verdade, o texto ainda precisava de aprovação do parlamento.
Diante da notícia, milhares de pessoas foram para o muro de Berlim exigindo o direito de entrada na Alemanha ocidental, para que fosse cumprida a lei que o porta-voz havia anunciado. Assim, o governo não pôde mais conter a população em fúria, e os habitantes, munidos de pás e picaretas, iniciaram a derrubada do muro entre 9 e 10 de novembro de 1989, dando início a uma nova era para o povo alemão.