Impressão Epigenética
A epigenética ou impressão epigenética representa as informações genéticas e alterações no genoma que não causam alterações na sequência do DNA, mas que são dados genéticos transmitidos para gerações futuras. Os fatores epigenéticos têm influência no desenvolvimento infantil, definindo e modulando a expressão gênica de um indivíduo.
Antes da epigenética, os cientistas achavam que as características biológicas estavam presentes somente nos genes, definindo as próximas gerações através da hereditariedade. Porém, estudiosos já compreendem que as características epigenéticas – chamadas de não genéticas – obtidas durante a existência, também podem ser transmitidas para os descendentes.
Algumas alterações químicas em proteínas que estão ao redor do DNA, assim como no próprio DNA, mesmo que sejam pequenas mudanças, podem ser compartilhadas. A maneira que os genes funcionam sofre mudanças significativas conforme o ambiente social e os hábitos de vida, de acordo com estudos científicos.
Durante a mitose, divisão das células, as alterações epigenéticas podem ser herdadas. O DNA é remodelado por mudanças químicas na linha em proteínas chamadas de histonas, assim como na molécula de DNA.
Como acontece a transformação epigenética?
Ela pode ocorrer das seguintes maneiras:
- Nas histonas – por acetilação ou metilação, sendo que no primeiro caso os genes são ativados, enquanto no segundo caso pode haver a inativação ou ativação dos genes.
- No DNA – por metilação, em ilhas de CpG, em regiões chamadas de promotoras, causando o silenciamento da expressão gênica.
Histonas variantes
As variantes possuem propriedades bem definidas, muito características, em H1, H3 e H2A. Assim, são úteis para reduzir a estabilidade ou aumentá-la. Os aminoácidos acabam sendo modificados, como é o caso da serina.
A cromatina também pode ser remodelada, com mudanças na compactação da cromatina causadas pelo fator epigenético ATP – dependente.
Ainda podem ocorrer os seguintes eventos de alteração epigenética: Noncoding RNAs, MicroRNAs(miRNAs), Piwi-intericting RNAs (piRNAs) e Long non-coding RNAs (lncRNAs).
Como a impressão epigenética é usada na medicina?
Em pesquisas contra o câncer, as impressões epigenéticas são muito úteis, para que sejam estudadas aberrações epigenéticas nas seguintes ordens:
- Arquitetura nuclear;
- Noncoding RNAs;
- Modificações de histonas e variações;
- Hipermetilação de DNA;
- Hipometilação de DNA.
Assim, a impressão epigenética pode mostrar alterações bem pontuais. Os biomarcadores são usados para diagnósticos e prognósticos. Os inibidores contra alterações epigenéticas podem ser usados para fins terapêuticos.
As alterações epigenéticas se mostram estáveis, transmitidas das células mães para as chamadas células filhas. Assim, algumas impressões ambientais epigenéticas se tornam hereditárias, como se constituíssem uma memória que é transmitida para as próximas gerações.
Com isso, se entende que experiências vivenciadas por todos os nossos antepassados têm influência na ocorrência de doenças e no desenvolvimento de características adaptativas nas futuras gerações.