As grandes navegações foram um processo de expansão marítima, que aconteceu do século XV até o século XVI, e marcou a passagem da idade média para a idade moderna. O objetivo era explorar o oceano atlântico em busca de novas rotas para chegar à Ásia. Mas, como sabemos, algumas dessas navegações terminaram com o descobrimento de novas terras.
Portugal foi pioneiro neste processo, o que fez com que outros países europeus seguissem o exemplo. O país reunia todas as condições políticas, econômicas, comercias e geográficas, que permitiu um melhor desenvolvimento da tecnologia náutica e a possibilidade de lançar-se em ambiciosas aventuras.
E os resultados foram satisfatórios, com várias descobertas importantes.
- 1415: conquista de Ceuta, no norte da África;
- 1418: chegada à Ilha da Madeira;
- 1427: chegada a Açores;
- 1434: travessia do Cabo Bojador;
- 1488: travessia do Cabo da Boa Esperança;
- 1499: descobrimento de um novo caminho para a Índia;
- 1500: chegada ao Brasil.
Uma curiosidade sobre a chegada ao Brasil é que, alguns estudiosos, consideram o navegador espanhol Vicent Yáñez Pinzón como o verdadeiro descobridor do nosso país. Sua expedição teria desembarcado no litoral de Pernambuco em 26 de janeiro de 1500. Contudo, a historiografia luso-portuguesa não reconhece este fato, e considera que o Brasil foi descoberto em 22 de abril de 1500, pela esquadra de Pedro Álvares Cabral.
Esta informação não deve ser desconsiderada, já que os espanhóis foram grandes navegadores. Durante quase todo o século XV, eles assistiram aos vizinhos portugueses realizarem várias explorações marítimas, e só puderam começar suas próprias explorações após a conquista de Granada, uma cidade no Sul da Espanha, e uma estabilidade política, que ocorreu após o casamento de Fernando e Isabel, dois monarcas, em 1469.
A primeira grande navegação espanhola foi capitaneada por Cristóvão Colombo, e marcou para sempre a História. Esta expedição foi feita a pedido dos reis Isabel e Fernando, e tinha o objetivo de traçar uma nova rota para as Índias. Três embarcações, Caravela Pinta, Niña e Nau Santa Maria, deixaram o porto de Palos de La Frontera em 3 de agosto de 1492.
Depois de muitas dificuldades e mais de 2 meses de viagem, Cristóvão Colombo chegou às Bahamas em 12 de outubro de 1492. O navegador ainda realizaria outras expedições ao continente americano, mas morreria acreditando que havia chegado à Ásia.
É importante ressaltar que, embora o termo descoberta seja comumente utilizado, haviam muitas pessoas que habitavam estas terras.
Para expandir os conhecimentos sobre a expedição de Colombo, recomendo o filme espanhol “1492: a descoberta do paraíso.”, dirigido por Ridley Scott, que representa bem a dimensão desta grande aventura.
É interessante pensar nas condições em que eram realizadas estas viagens, numa época com pouca tecnologia e condições sanitárias precárias. Dá pra imaginar que as expedições não eram nada confortáveis ou luxuosas. Calmarias, tormentas e doenças transformavam as viagens em uma peregrinação perigosa.
Como os porões eram usados para estocar alimentos, água e munição, os tripulantes dormiam ao relento, em colchões de palha. Banhos eram raríssimos, e as necessidades fisiológicas eram feitas no mar ou em baldes. Há relatos de que, quando a comida acabava, os homens comiam ratos.
Dá para imaginar que, diante destas péssimas condições, muitos adoeciam e morriam. E, tempestades horríveis, afundavam embarcações com centenas de homens.
Para se ter uma dimensão do perigo dessas viagens, vale lembrar que dos 1500 homens que partiram na expedição de Pedro Álvares Cabral, que resultaria na descoberta do Brasil, apenas 500 conseguiram voltar para casa.
Este é um assunto muito interessante, e de extrema importância para entendermos como o processo para que o continente americano se tornasse o que conhecemos hoje, se iniciou.