Quem fala no poema é um homem, que se dirige a uma mulher da nobreza, geralmente casada, o amor se torna tema central do texto poético.
Esse amor se torna impraticável pela situação da mulher.
Segundo o homem, sua amada seria a perfeição e incomparável a nenhuma outra.
O homem sofre interiormente, coloca-se em posição de servo da mulher amada.
Ele cultiva esse amor em segredo, sem revelar o nome da dama, já que o homem é proibido de falar diretamente sobre seus sentimentos por ela (de acordo com as regras do amor cortês), que nem sabe dos sentimentos amorosos do trovador.
Nesse tipo de cantiga há presença de refrão que insiste na idéia central, o enamorado não acha palavras muito variadas, tão intenso e maciço é o sofrimento que o tortura.
São cantigas que espelham a vida na corte através de forte abstração e linguagem refinada.
Importantes Cantigas:
No mundo non me sei parelha,
Mentre me for’como me vay
Ca já moiro por vos – e ay!
Mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraya
Quando vus eu vi em saya!
Mao dia me levantei,
Que vus enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel di’ ay!
Me foi a mi muyn mal,
E vos, filha de don Paay
Moniz, e bemvus semelha
D’aver eu por vos guarvaya
Pois eu, mia senhor d’alfaya
Nunca de vos ouve, nem ei
Valia d’ua correa.