Cândido Portinari
O Brasil possui um número muito extenso de artistas mundialmente renomados. Dentre estes artistas, podemos destacar um dos maiores pintores que o mundo já conheceu: Cândido Portinari. Cândido nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, na cidade Brodowski que é localizada no interior do Estado de São Paulo. Seus pais eram imigrantes italianos que, quando chegaram em terras brasileiras, se instalaram em uma fazenda de café, sendo neste ambiente humilde em que o artista se criou.
Mesmo tendo apenas a oportunidade de receber a instrução primária, Portinari já demonstrava grande interesse e aptidão pelas artes, iniciando suas atividades aos 9 anos de idade. Ainda menino, colaborou para a restauração da igreja local juntamente a pintores e escultores itinerantes. Ao completar seus 15 anos e com grande interesse pela arte e cultura, Cândido se matriculou Escola Nacional de Belas Artes localizada no Rio de Janeiro, especificamente no curso de pintura livre, e investiu fundo na realização de seus sonhos. A partir disso, o artista começou a ser premiado mundialmente por conta de suas obras e passou a ser reconhecido por conta das mesmas:
– Em 1923, recebeu uma medalha de bronze por um retrato do escultor Paulo Mazuchelli, pelo Salão Nacional de Belas-Artes.
– Em 1928, teve a conquista do Prêmio de Viagem ao Estrangeiro da Exposição Geral de Belas-Artes com a pintura do retrato do poeta Olegário Mariano.
– Em 1935, sua renomada obra de nome Café foi premiada em Nova York, no conceituado Carnegie Institute de Pittsburgh. Esta obra retrata um momento de sua típica colheita da região de origem.
Pintura: Café, 1935, Cândido Portinari
– Em 1936, desenvolveu um painel em São Paulo, no Monumento Rodoviário da estrada Rio de Janeiro, revelando sua inclinação muralista.
– Entre 1936 e 1944, inicia os trabalhos com murais de azulejo para a fachada do Gabinete do Ministro no Rio de Janeiro, onde hoje é o Palácio da Cultura, onde retrata os trabalhadores brasileiros.
– Em 1938, o seu renomado quadro O Morro que retrata o contraste social dos altos prédios e da favela do Rio de Janeiro é adquirido pelo Museum of Modern Art de Nova York.
– Em 1942, recebe um convite do governo dos Estados Unidos e realiza a pintura de afrescos no interior da biblioteca do Congresso em Washington.
– Em 1943, pinta vários murais que abordam os morros do Rio de Janeiro e da música afro-brasileira na Rádio Tupi do Rio de Janeiro. Infelizmente, estas obras foram destruídas por um incêndio no ano de 1951.
– Em 1943, apresenta uma obra inspirada no famoso quadro Guernica, um impacto sobre a Segunda Guerra Mundial. Uma obra composta de oito painéis denominados Série Bíblica.
– Em 1944, a convite do renomado arquiteto Oscar Niemeyer, desenvolveu obras em Belo Horizonte, na Igreja da Pampulha, como São Francisco e Via Sacra.
– Em 1946, foi aclamado mundialmente por suas obras expostas na galeria Charpentier, de Paris.
– Em 1948 e 1949, realiza um de seus maiores murais pintados, a obra intitulada Primeira Missa no Brasil, no Rio de Janeiro e Tiradentes para o Colégio de Cataguases em Minas Gerais.
– Em 1952, apresenta seu painel Chegada de D. João 6º ao Brasil, para a matriz do Banco da Bahia.
– Entre 1953 e 1957, as obras Guerra e Paz, executadas para a ONNU, recebem os prêmios internacionais Guggenheim e Hallmark.
– Entre 1960 e 1961, as suas últimas exposições individuais são realizadas.
Por conta de todos os locais em que visitou ao redor do mundo e por seus conhecimentos teóricos, Portinari se inspirou em movimentos artísticos Europeus, como o Cubismo e o Surrealismo, para desenvolver suas obras de arte. Buscou sempre expor sua personalidade própria ao retratar a cultura e realidade dos brasileiros, como também todas as suas questões sociais. As obras de Cândido possuem coloração característica, além de figuras e personagens igualmente característicos, a fim de expressar uma intensa força dramática.
A vida de Cândido Portinari sempre esteve envolta de arte e cultura. Viajou e visitou muitos lugares no mundo em busca de reconhecimento e inspirações. O artista veio a falecer no dia 6 de fevereiro de 1962 de intoxicação pelas tintas, enquanto estava preparando uma grande exposição com mais de 200 obras na Itália.