A Fascinante Origem e História da Insulina
A insulina é um medicamento extremamente importante para o controle do diabetes, doença crônica e sem cura que promove o acúmulo de glicose na corrente sanguínea. A consequência número um do diabetes é que o organismo não produz quantidade suficiente de insulina, hormônio excretado pelo pâncreas e que é responsável por controlar a glicose no corpo humano. Por isso a necessidade de criar um hormônio sintético que fosse capaz de metabolizar o açúcar.
Desde as primeiras descobertas sobre o diabetes, os cientistas procuraram formas de tornar a vida dos pacientes mais fácil e saudável. A insulina só foi descoberta em 1921, e usada pela primeira vez por um ser humano em 1922.
Antes dessa descoberta, as pessoas com diabetes não viviam por muito tempo. O tratamento mais eficaz no século XX era colocar os pacientes com diabetes em dietas muito rigorosas, com ingestão mínima de carboidratos. As dietas severas eram prescritas com, no máximo, 450 calorias por dia, o que levava muitos pacientes a morrerem de fome.
Confira a história e descoberta da insulina
Em 1889, dois pesquisadores alemães, Oskar Minkowski e Joseph von Mering, descobriram que quando a glândula pâncreas era removida dos cães, os animais desenvolviam sintomas de diabetes e acabavam morrendo. Isso levou à ideia de que o pâncreas era o órgão responsável pela produção da insulina.
Já em 1910, Sir Edward Albert Sharpey-Shafer sugeriu que apenas um produto químico estava faltando no pâncreas das pessoas com diabetes. Ele decidiu chamar essa substância de insulina química.
Em 1921, como que por um milagre, um jovem cirurgião chamado Frederick Banting e seu assistente Charles Best descobriram como remover a insulina do pâncreas de um cachorro. Muitos médicos ficaram céticos em relação à descoberta, mas alguns acreditaram que essa poderia ser a chance de criar algo que salvaria a vida de milhões de pessoas com diabetes.
Com a substância criada, Banting e Best mantiveram um cachorro com diabetes grave vivo por 70 dias – o animal só morreu quando não havia mais extrato para ser injetado.
Com esse sucesso, os pesquisadores, juntamente com a ajuda dos colegas J.B. Collip e John Macleod, deram um passo adiante. Uma forma mais refinada e pura de insulina foi desenvolvida, desta vez a partir do pâncreas de uma vaca. A pesquisa foi conduzida na Universidade de Toronto, no Canadá.
Em janeiro de 1922, Leonard Thompson, um garoto de 14 anos que estava morrendo de diabetes em um hospital de Toronto, tornou-se a primeira pessoa a receber uma injeção de insulina. Dentro de 24 horas, os níveis perigosos de glicose no sangue de Leonard caíram para níveis quase normais.
Essa primeira dose de insulina foi usada em 11 de janeiro de 1922, no tratamento do diabetes. As notícias sobre a insulina se espalharam pelo mundo todo.
No primeiro tipo de insulina usado, o extrato não era tão puro. Por isso, o medicamento causou reação alérgica grave no jovem Leonard Thompson. Mas isso foi revertido por James Collip, que aprimorou a insulina e reduziu os efeitos colaterais.
Em 1923, Banting e Macleod receberam o Prêmio Nobel de Medicina, que compartilharam com Best e Collip.
Jornal de época – Canadá – Descoberta da Insulina. Crédito da foto: Diabetesismylife.com
Produção da insulina na indústria farmacêutica
Pouco tempo depois que a notícia da insulina correu o mundo, a empresa médica Eli Lilly iniciou sua produção em larga escala. Assim, a indústria produziu insulina suficiente para abastecer todo o continente norte-americano.
Nas décadas seguintes, os fabricantes desenvolveram uma variedade de insulinas de ação mais lenta, a primeira foi introduzida pela Novo Nordisk Pharmaceuticals, Inc., em 1936.
Essa primeira insulina foi usada por muitos anos para tratar o diabetes e salvou milhões de vidas, mas ela não era perfeita, pois causava reações alérgicas em muitos pacientes. A primeira insulina sintética “humana” geneticamente modificada foi produzida em 1978 usando bactérias E. coli.
A empresa Eli Lilly também foi a responsável, em 1982, por vender a primeira insulina humana biossintética disponível comercialmente, que se chamava Humulin.
Insulina nos dias de hoje
Atualmente, é possível encontrar diversos tipos e marcas de insulina, desde a insulina humana normal, idêntica à que o corpo produz por conta própria, até insulinas de ação ultra rápida e ultra longa.
Graças a décadas de pesquisa, hoje as pessoas com diabetes podem escolher entre uma variedade de fórmulas e maneiras de tomar insulina, com base em suas necessidades pessoais e estilos de vida. Existem canetas de insulina, injeções e até bombinhas de insulina.
Apesar de não promover a cura do diabetes, a medicação é a forma mais eficiente de preservar a saúde e a qualidade de vida das pessoas que têm a doença.
O futuro da insulina
Os pesquisadores ainda não têm respostas definitivas sobre como será o futuro da insulina e dos tratamentos do diabetes, mas uma coisa é certa: o avanço científico e das pesquisas médicas vai continuar salvando vidas nas próximas décadas!
A descoberta da insulina foi um dos principais feitos médicos do século XX e continua sendo o único tratamento eficaz para pessoas com diabetes tipo 1 na atualidade.
Crédito da Imagem da Capa: Facebook
Fontes: Diabetes.org, Diabetes.org.uk, Diabetesismylife.com