Agustina Bessa-Luís
Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa, mais conhecida como Agustina Bessa-Luís, nasceu em Amarante, no dia 15 de outubro de 1922. Sendo descendente de família com raízes rurais de Entre Douro e Minho, por parte do seu pai e de uma família espanhola de Zamora, por parte da sua mãe.
Sendo criada nessa região, marcou não só a sua vida, como também a sua obra literária. No ano de 1945 se casou com estudante de Direito Alberto Luís, que conheceu através de um anúncio de jornal e, com ele, teve duas filhas, Amélia Bessa-Luís e Monica Bessa-Luís Baldaque.
Estreou como escritora romancista no ano de 1948, na novela Mundo Fechado, quando manteve um ritmo de publicação pouco comum nas letras portuguesas.
Seus livros foram elogiados por autores já consagrados, como Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro e Vitorino Nemésio.
É representante das letras portuguesas em diversos encontros internacionais e realiza diversas conferências em universidades no mundo a fora.
No ano de 1954, quando escreveu “A Sibila”, marcou de vez o seu nome na ficção portuguesa contemporânea. Contando com influências pós-simbolistas de autores como Raul Brandão na construção de uma linguagem narrativa onde a intuição, o simbolismo e uma certa sabedoria telúrica e ancestral se conjugam com referências de autores franceses como Marcel Prouste e Henri Bergson. Relacionada à estruturação espaciotemporal da obra, Agustina é senhora de um estilo único, paradoxal e enigmático.
Escritora fascinante que representa perfeitamente as letras portuguesas em numerosos debates e encontros internacionais, teve diversas obras suas adaptadas ao cinema, muitas deles pelo realizador Manoel de Oliveira. Também escreveu diversas peças de teatro e guias para a televisão.
Agustina é membro da Academie Européene des Sciences, des Arts et des Letrres (Paris), da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, tendo já sido distinguida com a Ordem de Sant’Iago da Espada em 1980, a Medalha de Honra da Cidade do Porto em 1988, o grau de Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres”, atribuído pelo governo francês em 1989, o Prêmio Camões, que é o prêmio literário da língua portuguesa, em 2004 e, em 22 de março de 2005, foi doutorada “honoris causa”, pela Universidade do Porto, junto com Eugenio de Andrade, por “serem personalidades de prestígio no campo literário, motivadores de vocações e inspiradores de importantes estudos acadêmicos”.
No final da cerimônia, Agustina Bessa-Luís agradeceu a honraria oferecida pela Universidade do Porto, apesar de considerar que, no caso dela, não havia razão suficiente para que o doutoramento lhe tenha sido atribuído.
Agustina reconheceu ser uma honra receber o anel do letrado e dar testemunho de uma obra que, sempre imperfeita, foi realizada em liberdade de espírito.
Agustina Bessa-Luís foi membro do conselho diretivo da Comunitá Europea degli Scrittori, que fica em Roma, nos anos de 1961 e 1962. Entre 1986 e 1987, foi diretora do diário “O Primeiro de Janeiro”. Entre 1990 e 1993, assumiu a direção do Teatro Nacional de D. Maria II e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social.
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