Martins Pena
Martins Pena, ou melhor, Luís Carlos Martins Pena, foi um teatrólogo, nascido na cidade do Rio de Janeiro, no dia 05 de novembro de 1815. Filho de João Martins Pena e Francisca de Paula Julieta Pena, ficou órfão muito cedo. Seu pai faleceu quando ele tinha apenas um ano de idade. Já a mãe, veio a falecer quando ele completou dez anos de idade.
Acabou sendo educado por seus tutores, que o levaram a se preparar para a vida comercial, onde fez curso e, em 1835, já estava formado em comércio. Como tinha uma veia voltada para a arte, começou a frequentar a Academia de Belas Artes, onde estudou arquitetura, estatuária, desenho e música. Paralelamente, estudava idiomas, história, literatura e teatro.
No ano de 1838, entrou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde atuou em diversos cargos, até conseguir chegar ao cargo de Adido de Primeira Classe à Legação do Brasil em Londres. Nos anos de 1846 e 1847, trabalhou como crítico de teatro e escrevia colunas, folhetins para o Jornal do Commercio.
Uma das suas maiores contribuições à literatura brasileira foi para o teatro, trabalhando como teatrólogo, cuja história o coloca como fundador da comédia de costumes, que faz diversas sátiras com a sociedade brasileira da época. Mostrando como era a relação entre as pessoas na época, contribuiu para que as pessoas compreendesse como funcionavam as relações sociais do seu tempo, até mesmo a língua falada, pois quando ele escrevia as falas dos personagens, utilizava a linguagem coloquial da época.
Aproveitando que possuía habilidades para utilizar no ramo da comédia, soube como poucos aproveitar o momento em que se acelerava a criação do teatro romântico no Brasil, o que o possibilitou tratar de diversas situações e personagens do cotidiano, mostrando a realidade de um país completamente atrasado, onde a maioria eram pessoas vindas do campo, trabalhavam ou moravam nas zonas rurais, o que fazia a plateia se divertir e rir de si mesma. Seus textos falavam, na maioria das vezes, sobre as pessoas com quem convivia, os tipos de pessoas que conhecia, os verdadeiros flagrantes da vida brasileira, sejam morados do campo ou da cidade.
Relatando esses conflitos sociais, ele apresentava em suas peças diversos temas, como os problemas familiares, os casamentos, as heranças deixadas, os dotes, as dívidas, a corrupção, as injustiças, as festas populares e diversos outros assuntos, todos mantendo uma relação direta com a sociedade, independente da sua classe. Nos seus personagens, era possível encontrar os tipos clássicos, como funcionários públicos, padres, meirinhos, juízes, malandros, matutos, moças namoradeiras ou sonsas, guardas nacionais, mexeriqueiros, viúvas, entre tantos outros.
Sua primeira peça, “O juiz de paz da roça”, escrita em 1838, uma comédia feita em um ato, até “A barriga do meu tio”, apresentada em 17 de dezembro de 1846, Martins Pena escreveu cerca de trinta peças, quase alcançando a sua idade, que na época, era de 33 anos de idade, quando veio a falecer, em Lisboa, Portugal, no dia 7 de dezembro de 1848.
É o patrono da cadeira número 29, escolhido pelo fundador da ABL, Arthur Azevedo.