Pesquisa brasileira inicia trabalho personalizado contra esquizofrenia
O Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro divulgou o resultado de uma pesquisa inédita no planeta. Cientistas da instituição reprogramaram células da pele de pacientes que sofrem de esquizofrenia e as transformaram em neurônios. Com isso, os médicos conseguiram identificar características biológicas e químicas do quadro esquizofrênico. E o mais surpreendente, os mesmos neurônios tiveram as suas falhas solucionadas e voltaram a funcionar como os de uma pessoa saudável.
Esse trabalho foi feito com tecnologia brasileira e já foi aceito pela sociedade científica internacional e publicado em revistas especializadas. 11 pacientes esquizofrênicos colaboraram com a pesquisa.
Algumas características especiais foram notadas nos esquizofrênicos pelos cientistas. Com o material celular retirado da pele foi possível notar que houve uma alteração no sistema nervoso e que os pacientes consomem o dobro de oxigênio do que consome uma pessoa normal. Essa alteração pode gerar o envelhecimento das células e a troca de informações entre elas.
Essas falhas celulares foram consertadas na última etapa do estudo. Foi a primeira vez no mundo em que células com marcas bioquímicas dos neurônios humanos de pacientes com esquizofrenia foram revertidas em laboratório.
O importante do estudo é que a produção das células em laboratório pode ser gerada em quantidade infinita. Os cientistas responsáveis pelo estudo alertam que isso pode trazer enormes benefícios para os tratamentos de transtornos. Centenas de tratamentos para problemas mentais poderão ser testados ao mesmo tempo. De acordo com o chefe do estudo, Dr. Stevens Rehen, “os neurônios que vêm da pele vão acelerar o processo de identificação de medicamentos para esses pacientes.” Psiquiatras poderão definir dosagens e tipos de remédios mais adequados para cada paciente. Esse é o início da medicina personalizada.
A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico grave, crônico e sem cura. Estima-se que uma em cada cem pessoas sofra da doença no mundo.
Juliana Miranda – Equipe do GrupoEscolar.com