Aparelho Reprodutor Feminino e Masculino
Aparelho Reprodutor Feminino
O aparelho reprodutor feminino é constituído de ovários, trompas de Falópio, útero, cérvix uterino e vagina. Os ovários, as tubas uterinas e o útero da fêmea sexualmente madura sofrem grandes alterações estruturais e funcionais associadas ao ciclo menstrual e à gestação. Estas alterações cíclicas são reguladas por mecanismos hormonais e neurais. O início da fase reprodutiva, marcada pelo início dos ciclos menstruais, é conhecido como menarca, ocorrendo entre 9 e 14 anos de idade. A menarca marca o fim da puberdade e inicio da vida reprodutiva, que dura cerca de 40 anos. Durante esta fase de vida os ciclos menstruais duram de 28 a 30 dias. Entre os 45 e 55 anos, os ciclos menstruais tornam-se mais irregulares e depois cessam. Esta alteração de função reprodutora é conhecida como menopausa ou climatério. O aparelho reprodutor para de funcionar e atrofia após o termino da fase menstrual.
Ovário
O ovário tem duas funções inter-relacionadas: a produção de gametas e a produção de hormônios. A gametogênese denomina-se ovogênese, os gametas em desenvolvimento são os ovócitos e o gameta feminino maduro denomina-se óvulo. Os hormônios secretados pelos ovários funcionam na regulação da maturação dos ovócitos como também no desenvolvimento e maturação dos órgãos genitais, dos caracteres sexuais secundários e das glândulas mamárias.
O ovário tem forma arredondada com diâmetro de 4cm, sendo que após a menopausa seu tamanho diminui até um quarto do tamanho em período reprodutivo.
Óvulo
O óvulo é uma célula grande, contendo um núcleo em processo de divisão meiótica incompleto, o qual será finalizado após a penetração do espermatozóide.
Todo o material necessário para iniciar o crescimento e desenvolvimento deve estar estocado no óvulo maduro.
Ovulação
A ovulação é o processo pelo qual um ovócito secundário é liberado do folículo ovariano. A ovulação ocorre devido a uma ruptura do folículo totalmente maduro no meio do ciclo menstrual.
Corpo Amarelo ou Corpo Lúteo
Após a ovulação, as células foliculares e as da teca interna, que permanecem no ovário, dão origem ao corpo lúteo ou corpo amarelo, que é uma glândula endócrina temporária. Produz progesterona e estrógenos, que atuam sobre a mucosa uterina, estimulando a secreção de suas glândulas. A progesterona impede ainda o desenvolvimento de outros folículos ovarianos. Quando não há fecundação o corpo lúteo tem duração de 10 a 14 dias, ou seja, persiste durante a segunda metade do ciclo menstrual. Após este período degenera e desaparece. Se houver gravidez o corpo lúteo aumenta muito e só entrará em regressão após o quinto ou sexto mês, mas não desaparece completamente e secreta progesterona até o fim da gravidez.
Leia mais: Corpo Amarelo ou Corpo Lúteo, Estrogênio
Tuba Uterina, Oviduto ou (Trompa de Falópio).
Os ovidutos transportam o óvulo de cada um dos ovários até o útero, propiciando o meio necessário para a fertilização e o desenvolvimento inicial do concepto, na sua passagem para o estágio de mórula. Cada tuba tem aproximadamente 10 cm de comprimento e apresenta uma das extremidades adjacentes ao ovário e aberta para a cavidade peritoneal e a outra extremidade comunica-se com a cavidade uterina. A Tuba Uterina pode ser dividida em quatro partes a olho nu. O Infundíbulo onde se observa fímbrias que são estruturas frangeadas e que tocam o ovário no momento da ovulação, impedindo que o óvulo caia na cavidade peritoneal. A Ampola onde normalmente ocorre a fertilização. O Istmo, adjacente ao Útero; o Segmento Uterino já na parede do útero.
Útero
É um órgão oco, em forma de pêra, localizado na pelve, entre a bexiga e o reto e apresentando sua luz contínua com a luz das tubas e da vagina. Tem função de receber a mórula e propiciar o desenvolvimento do embrião e feto.
Anatomicamente, o útero é dividido em duas partes, o corpo (porção superior) e o cérvice (porção inferior estreita). No corpo observa-se uma porção arredondada denominada fundo; no cérvice, a luz é denominada canal endocervical e é delimitada por dois orifícios, o interno que liga o canal com o corpo e a externo que se comunica com a vagina.
Leia mais: Útero
O útero é constituído de três camadas que se seguem:
– Perimétrio ou túnica serosa: camada externa;
– Miométrio ou túnica muscular: camada média composta de músculo liso. Durante a gravidez o útero aumenta de tamanho, esse crescimento se deve à hipertrofia das células musculares lisas e à formação de novas células musculares por proliferação e diferenciação.
– Endométrio ou túnica mucosa: camada interna composta de duas porções delimitadas estrutural e funcionalmente. A camada Funcional é a camada mais espessa, em contato com a luz do útero e que se desprende durante a menstruação. A camada basal é a porção que se mantém e serve de fonte de regeneração para a primeira.
Durante toda a vida reprodutiva, o endométrio sofre alterações cíclicas que o preparam para a implantação do zigoto e para os eventos posteriores a implantação, necessários à sustentação do desenvolvimento embrionário e fetal. Estas alterações cíclicas têm relação com o ciclo ovariano, sendo que a cada fim do ciclo ocorre a destruição parcial e descamação do endométrio, que será eliminado acompanhado de sangramento dos vasos situados na mucosa, via vagina. Tal eliminação é denominada menstruação. São identificadas três diferentes fases endometriais durante o ciclo menstrual, sendo cada uma delas correspondente a uma fase do ciclo ovariano.
A Fase Proliferativa é concomitante ao amadurecimento folicular e é influenciada pelos estrogênios que estão sendo produzidos pelas células foliculares do ovário. O estrogênio estimula a proliferação mitótica da camada basal do endométrio, passando então a formar a camada funcional, com suas glândulas, acúmulo de substância fundamental e formação das artérias espiraladas. Este processo ocorre durante os primeiros quatorze dias do ciclo menstrual.
Aparelho Reprodutor Masculino
O sistema genital masculino é composto pelos testículos, epidídimo, ductos seminais intra e extratesticulares, glândulas anexas e pênis.
Testículo:
Os testículos têm duas funções inter-relacionadas: a produção de gametas (espermatogênese) e a produção de esteróides. O meio em suspensão, secretado pelo testículo e por outras porções do sistema de ductos, é essencial para o transporte, a manutenção e a maturação posterior dos espermatozóides. Os hormônios esteróides, sobretudo a testosterona, funcionam na regulação do desenvolvimento do espermatozóide e do crescimento, além do desenvolvimento e manutenção das glândulas acessórias. Estes hormônios também influenciam o desenvolvimento das características sexuais secundárias e, até certo ponto, o comportamento.
Cada testículo consiste em túbulos seminíferos altamente espiralados onde são produzidos os espermatozóides. Estes túbulos estão contidos em lóbulos, que são formados por septos fibrosos estendidos a partir da túnica albugínea. A túnica albugínea forma a primeira capa protetora interna dos túbulos seminíferos, seguida da túnica vaginal e do saco escrotal. Entre os túbulos encontram-se as células de Leydig ou células intersticiais que são células endócrinas onde são produzidos hormônios esteróides, entre os quais a testosterona.
Leia mais: Testículos ou Gônodas Masculino
Epidídimo:
O epidídimo é um órgão formado pelo ducto do epidídimo, um tecido muscular circundante e um tecido conjuntivo vascularizado. O epidídimo desempenha papel fundamental no desenvolvimento do espermatozóide funcional, proporcionando um ambiente essencial e alguns produtos moleculares necessários à sua maturação.
Ducto Deferente (Canal Deferente):
Inicia-se como continuação do ducto do epidídimo e termina na porção prostática da uretra. A esta extremidade une-se um ducto proveniente da vesícula seminal que em seguida, atravessa a próstata para unir-se a uretra. A região dilatada do ducto da vesícula seminal é chamada ampola; a região mais estreita, inclusa na próstata, é o ducto ejaculador.
Pênis:
O pênis é constituído, principalmente por um par de corpos cavernosos, localizados dorsalmente e um corpo esponjoso localizado ventralmente. O corpo esponjoso ou corpo cavernoso da uretra circunda a uretra e apresenta uma expansão distal, chamada glande do pênis. Essas três estruturas, constituídas por tecido erétil, são circundadas por tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas e pela pele.
O tecido erétil é constituído de espaços cavernosos formados por uma rede de trabéculas delgadas revestidas por endotélio. O pênis fica erétil quando estes espaços são distendidos pelo sangue; no estado de flacidez, os espaços contêm uma quantidade reduzida de sangue.
Leia mais: Pênis
Glândulas Sexuais Acessórias:
Vesícula Seminal:
As vesículas Seminais são estruturas saculiformes alongadas e contorcidas, que medem aproximadamente 5cm de comprimento e localizam-se entre a face posterior da bexiga e do reto. O produto de secreção da glândula é amarelado, ligeiramente alcalino, viscoso e rico em frutose.
Próstata:
É a maior das glândulas acessórias, circunda a porção inicial da uretra. O seu componente glandular consiste em 30 a 50 glândulas tubuloalveolares. Os ductos provenientes de cada uma dessas glândulas convergem para formar ductos terminais que se abrem diretamente na porção prostática da uretra.
A próstata secreta um líquido ligeiramente ácido (pH 6,5) e incolor, rico em ácido cítrico e fosfatase ácida. Contém também enzimas proteolíticas que liquefazem o sêmen.
Leia mais: Próstata
Glândulas Bulbouretrais:
São estruturas pares com cerca de 1cm de diâmetro. Durante o estímulo sexual, as glândulas bulbouretrais secretam uma substância clara e viscosa semelhante a muco que, provavelmente, atua como lubrificante para a uretra.
Sêmen e Ejaculação:
O sêmen é formado pela secreção das glândulas acessórias e espermatozóides. Existe uma seqüência correta na liberação das secreções. Durante a excitação sexual, a glândula bulbouretral libera um líquido mucoso que atua como lubrificante. Quando começa a ejaculação ocorre a liberação da secreção da próstata, seguidas da liberação dos espermatozóides e da secreção da vesícula seminal. Estes componentes se misturam durante a ejaculação. Os líquidos secretados com o espermatozóide garantem uma longevidade maior ao espermatozóide no interior do organismo feminino, o espermatozóide mantêm-se ativo até 48 horas após a ejaculação.