História dos Negros
Os negros têm uma história de segregação, preconceito e resistência em várias partes do mundo. O povo negro sofreu historicamente com a escravidão, num período em que eram retirados do continente africano em navios negreiros e levados a várias colônias europeias para trabalharem em lavouras de grandes fazendas, sem direitos e sem liberdade.
No Brasil, a escravidão contemporânea colocou os negros africanos numa situação de grande sofrimento, trabalhando em minas e em plantações em condições totalmente insalubres. Os negros também eram direcionados aos trabalhos das casas grandes, onde viviam os senhores de escravos. Os negros, por sua vez, vivam em senzalas.
O comércio de escravos seguia rotas intercontinentais, e era movimentado pelos europeus no século XVI. A importação de mão-de-obra acontecia principalmente na África. A escravidão só começou a ser deixada de lado com o surgimento do ideal liberal e do capitalismo, que exigia um mercado consumidor e passou a considerar a escravatura pouco produtiva.
Em Portugal, a escravidão continental foi proíbida em 12 de Fevereiro de 1761. No Brasil, o fim da escravatura aconteceu apenas em 1888, mas em 1850 o país já contava com a Lei Eusébio de Queirós, que punia os traficantes de escravos.
O Brasil foi o último país ocidental a abolir legalmente a escravidão. Já no mundo moderno, a Mauritânia foi o último país a acabar com a escravidão, em 1981.
Os negros são considerados pessoas de ascendência subsaariana. Por muitos anos, a cor da pele levou os povos com origem africana a viverem sob um estigma social. O histórico de preconceito tem uma ligação direta com a antiga condição dos escravos, que eram trazidos para países da América, como Brasil, Estados Unidos e alguns países do Caribe.
Mesmo no continente africano, os negros viveram o preconceito durante o regime do apartheid, na África do Sul. Neste período, os negros não eram considerados cidadãos com pleno direito e viviam marginalizados.
A segregação racial também esteve presente nos Estados Unidos de maneira intensa. Os resquícios de preconceito histórico ainda acompanham os negros e, apesar de hoje eles viverem melhor e terem mais acesso à educação e a uma vida digna, ainda existem diversas barreiras a serem superadas em busca da igualdade racial em diversos países do mundo.
A principal luta é pela igualdade de oportunidades e desenvolvimento profissional. Segundo dados de uma pesquisa realizada pelo sociólogo David Willians, do Instituto de Pesquisas Sociais da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, ainda hoje, para cada dólar pago a um branco, um negro recebe o equivalente a 40% do valor. A discriminação é forte em países da Europa, principalmente na França e na Itália.
Nos Estados Unidos, a eleição de Barack Obama, o primeiro presidente negro do país, demonstrou avanços com relação ao preconceito dos norte-americanos brancos. Os afro-americanos têm lutado por seus direitos e conquistado diversas vitórias.
No Brasil, a condição do negro ainda está melhorando. Diversas políticas afirmativas tentam reduzir as desigualdades históricas entre brancos e negros.
Hoje, a população negra mundial está bem espalhada pelo planeta, sendo que as regiões do Caribe, Colômbia, Venezuela, Peru, Equador, Brasil e Uruguai têm uma grande e forte população negra.