Fatos Gerais

Rock Brasil – Anos 80

O começo dos anos 80 não foi nada propício para o rock.

O que dominava era a MPB de FM, e apesar da relativa abertura política, a sombra da repressão e a censura desanimavam que tentava ser mais ousados.

O “som jovem” que rolava era o pop-rock de gente como Guilherme Arantes, Marina, Ney Matogrosso, 14 Bis, Eduardo Dusek, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, A Cor do Som e Rádio Táxi.

Mas ainda assim a rapaziada queria que temas como amor, diversão, trabalho e família fossem tratados de forma mais clara.

Com o rock básico e os cabelos curtos e espetados da new wave, o Rock Brasil começa a se renovar no início da década.

Ligado nas novidades, o jornalista e discotecário Júlio Barroso fundou a Gang 90 & As Absurdetes, no Rio de Janeiro.

O estouro aconteceu no Festival Shell de MPB de 1981, quando tocaram “Perdidos na Selva”, um reggae que fala de um acidente de avião com final feliz.

Era só uma mostra do que estaria por vir nos próximos anos. Seguindo os mesmo passos da Gang 90, o integrante do grupo de teatro carioca Asbrúbal Trouxe a Irreverência, Evandro Mesquita, junto com o baterista Lobão, tiveram a idéia de montar uma banda de rock teatral.

O nome da banda foi dado por Lobão: Blitz, já que eles sempre eram parados pelas batidas policiais.

A banda trouxe junto ao humor praieiro do grupo Asdrúbal um rock básico e uma dupla de belas vocalistas, Márcia Bulcão e Fernanda Abreu.

No verão de 1982 abriu na praia do Arpoador um espaço para shows: o Circo Voador, aonde a banda se apresentou inúmeras vezes.

Em junho do mesmo ano, a Blitz gravou um compacto com a música “Você Não Soube Me Amar”, que vendeu 100 mil cópias em 3 meses.

Em setembro foi lançado o disco “As Aventuras da Blitz”, o que transformou a banda em fenômeno nacional, mas um pouco depois do lançamento do disco, Lobão deixa a banda para lançar seu primeiro disco solo, “Cena de Cinema”, aonde começa uma das mais importantes carreiras do rock brasileiro, de um artista sempre inconformista.

Ainda em 1982 apareceriam outros artistas de relevância do Rock Brasil, com o Eduardo Dusek com seu disco “Cantando no Banheiro”, que contava com a participação de uma banda carioca que fazia um rock estilo anos 50 com muito bom humor: João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, que tinha entre seus integrantes um excelente compositor, Léo Jaime, que escreveu o sucesso do disco, “Rock da Cachorra”. João Penca seguiria depois sem Dusek e sem Léo Jaime, que fez uma carreira solo de sucesso. No mesmo ano ainda surgiria Lulu Santos, Barão Vermelho (que não foi tão bem acolhido na época) e a Rádio Fluminense, grande divulgadora das fitas e dos discos dos artistas do rock nacional. Paralelamente, em São Paulo, ocorria o festival “O Começo do Fim do Mundo”, com bandas punk como Inocentes, Ratos de Porão, Cólera e Olho Seco. Em 1983, o rock já havia ganho seu espaço na Música Popular Brasileira (MPB), fazendo com que as gravadoras perdessem o medo de contratar bandas deste gênero. Foi lançado o disco “Rock Voador” (parceria do Circo Voador com a rádio Fluminense), que revelou o Kid Abelha e Seus Abóboras Selvagens.

Uma das bandas que tinha sua fita divulgada na rádio, Os Paralamas do Sucesso, gravaram um compacto que, com seu relativo sucesso, levou a gravar no fim do ano seu primeiro disco, “Cinema Mudo”. Mas quem arrebentaria um sucesso naquele ano foi um inglês, chamado Ritchie, com a música “Menina Veneno”, cujo compactoo vendeu mais de 800 mil cópias, levando o cantor a gravar um disco, Vôo de Coração, que vendeu mais de 1 milhão de cópias, batendo naquele ano até o grande recordista de vendas da gravadora, Roberto Carlos. O Rock Brasil ganhava respeito comercial. Fenômeno predominando o Rio de Janeiro, o rock começa a ferver também em São Paulo em 83. A cidade já estava sendo sacudida pelos punks e também pela música de vanguarda (Arrigo Barnabé, Premeditando o Breque, Língua de Trapo), revelou uma das grandes bandas do rock brasileiro: os Titãs, um octeto que misturava new-wave e tropicalismo com o rock e ficava cada vez mais popular.

Ainda tinha bandas do rock paulistano como Magazine (tendo Kid Vinil como um dos integrantes), o pós-punk Ira! e a irreverência do Ultraje a Rigor. 1984 foi o ano de grandes lançamentos em disco. “Titãs” (seu primeiro disco), “Seu Espião” (estréia do Kid Abelha), “O Passo do Lui” (segundo disco dos Paralamas), “Tudo Azul” (Lulu Santos), “Ronaldo Foi Pra Guerra” (Lobão), “Maior Abandonado” (último disco do Barão com o vocalista Cazuza) e “Phodas ‘C'” (Léo Jaime).

As bandas cada vez mais apareciam em programas de auditório na TV e até no cinema, com o filme “Bete Balanço”, com música-tema do Barão Vermelho. Se até então o Rock Brasil tinha uma cara romântica e idealista, iria mudar apartir de janeiro de 1985, graças a um evento: o Rock In Rio 10 dias de muito som num terreno na Barra da Tijuca, no maior concerto de rock de todos os tempos, com um público aproximado de 1 milhão e meio de pessoas. Ao lado de grandes nomes da música mundial da época, como Queen, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Scorpions, Yes, AC/DC, entre outros, estavam artistas consgrados da MPB e a nova rapaziada: Blitz, Barão Vermelho, Os Paralamas do Sucesso, Lulu Santos e Kid Abelha. No maior palco de suas carreiras iniciantes, as bandas não tremeram na base. O resultado foi que o rock entrou de vez na música brasileira, as bandas internacionais incluíram o Brasil em suas turnês e os nossos roqueiros aprenderam muito com verdadeiros profissionais da música. O jovem público viu as bandas nacionais fazerem bonito junto aos ídolos estrangeiros e ainda presenciaram a eleição de Tancredo Neves como o primeiro presidente civil do país desde o golpe militar de 1964. O Rock Brasil emergiu desde então, com um jeito ousado, contestador e geograficamente disperso. De São Paulo apareceu dois dos maiores êxitos comerciais do ano. Um deles, “Nós Vamos Invadir Sua Praia”, álbum de estréia do Ultraje a Rigor, que tinha a música “Inútil”, que foi tocada pelos Paralamas no Rock In Rio e comentada pelo senhor Diretas Já Ulysses Guimarães, causou um certo comentário sobre sua letra. Quase todas as músicas foram sucesso no rádio.

O outro êxito foi o RPM, com a música “Louras Geladas” estourada nas rádios, lançou o disco “Revoluções Por Minuto”, que teve várias outras faixas de sucesso. O empresário Manoel Poladian foi responsável por uma super produção para a banda: o show “Rádio Pirata”. Nunca se havia visto nada igual no Brasil: efeitos de raio laser, gelo seco e sofisticado equipamento de som. O show percorreu o Brasil, aumentando cada vez mais a popularidade do grupo, que foi forçado pela gravadora a gravar um álbum ao vivo, com a versão de “London, London” (de Caetano Veloso) que já começava a tocar nas rádios. Lançado em 1986, “Rádio Pirata Ao Vivo”, tornou-se o recordista de venda de todos os gêneros no Brasil: 2,2 milhões de cópias. Em pouco tempo, com toda a pressão de sua popularidade e o uso abusivo de drogas, o grupo gravou mais 1 álbum e acabou sem muito alarde em 1989. Em 1º de Janeiro de 1985, uma banda de Brasília lançava seu disco de estréia – um disco que marcaria a história do nosso rock. Legião Urbana mostrava ao país a poesia de Renato Russo, em letras que mostrava os anseios, medos e reivindicações de uma geração.

Conhecida pela música Química (que os amigos Paralamas gravaram em seu primeiro álbum), a Legião ganhou o público com aquele disco cheio de energia rock´n´roll e sentimentos à flor da pele. Era a primeira das bandas de Brasília influenciada pelo punk-rock, que tomariam conta da mídia. As outras foram Capital Inicial e a Plebe Rude. Também de origem punk e fora do eixo Rio-São Paulo, os baianos do Camisa de Vênus, liderada por Marcelo Nova, apareceriam em 1985. Depois de um álbum sem repercussão, ganharam seu lugar com o som “Eu Não Matei Joana D´arc”. Depois disto o país chegou a conhecer outras músicas como “Bete Morreu” e o “Adventistas”, de seu álbum anterior. Em São Paulo, os ecos do punk seriam responsáveis por uma outra banda de talento a aparecer, com seu álbum de estréia, Mudança de Comportamento: o Ira!, do guitarrista Edgard Scandurra (um dos melhores do Brasil até hoje) e o vocalista Nasi.

Enquato isso o underground paulistano fervia, com bandas inspiradas no pop-rock inglês.

Luiz Calanca lançou neste mesmo ano o selo Baratos Afins, que lançou os discos de todo esse underground paulistano, antecipando em pelo menos 10 anos a realidade dos pequenos selos que ajudaram a fazer o rock alternativo um fenômeno. No Rio de Janeiro, houve uma separação no Barão Vermelho, saindo Cazuza para sua bem sucedida carreira solo, e o guitarrista Roberto Frejat assumindo os vocais.

Tivemos ainda no Rio o lançamento de excelentes disco. “Sessão da Tarde”, de Léo Jaime, que voltava ao rock dos anos 50 e à Jovem Guarda; “Educação Sentimental”, segundo disco do Kid Abelha e no fim do ano o disco-solo de Cazuza. 1986 foi o ano da consolidação artística e da fartura de lançamentos. Graças ao Plano Cruzado e a explosão de consumo que ele causou, as gravadoras contratavam qualquer banda que cheirasse a rock. A coletânea “Rock Grande do Sul”, só com bandas de Porto Alegre revelou os Engenheiros do Hawaii, que no mesmo ano lançou seu disco de estréia com o irônico título “Longe Demais das Capitais”. E com a música “Surfista Calhorda”, Os Replicantes com influência punk-hardcore, lançaram seu disco: “O Futuro é Vortex”. Também estrearam naquele ano os cariocas do Biquíni Cavadão (“Cidades em Torrente”), a Plebe Rude (“O Concreto Já Rachou”), Capital Inicial (“Capital Inicial”) e os Inocentes (“Pânico em SP”, primeiro disco do punk brasileiro a sair por uma grande gravadora).

Três álbuns marcaram naquele ano o Rock Brasil até hoje. Com “Selvagem?”, os Paralamas fizeram uma ousada conexão Brasil-Jamaica-Inglaterra-África via música negra. “Dois”, disco da Legião revelou-se mais lírico e acústico, com faixas que até hoje fazem a história da banda. Finalmente, “Cabeça Dinossauro”, dos Titãs (que recentemente foi considerado o melhor disco do Rock Brasil), que deram uma guinada punk em sua música, que mais pareceria um risco, mas que deu bons resultados artisticos e comerciais para a banda. A boa fase do rock nacional continuaria em 1987, com a explosão de Lobão (com o LP “Vida Bandida”) e outros álbuns. “A Revolta dos Dândis” (Engenheiros), “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas” (Titãs), “Que País é Este” (Legião) e “Sexo!” (Ultraje a Rigor). Houve a surpresa com o aparecimento do carioca Fausto Fawcett e seus Robos Efêmeros, com “Kátia Flavia”. Outra surpresa foi o selo Plug, da RCA, que apostou em discos de novíssimos nomes do rock brasileiro que não faziam nada parecido com as outras bandas.

Estrearam os cariocas Picassos Falsos e Hojerizah, o paulistano Violeta de Outono, os gaúchos do De Falla, TNT e o Nenhum de Nós, entre outros. Das raras exceções que deram certo, está o Nenhum de Nós, que estourou com a música “Camila, Camila”, e depois em 1989, com “O Astronauta de Mármore”, versão de “Starman” de David Bowie. De 1988 em diante, o Rock Brasil passa por um período de baixa, com as bandas com dificuldades para recuperar as baixas vendagens e execução. Mas mesmo assim, existe discos clássicos desta época. “Ideologia”, de Cazuza, que já luta contra a Aids, e aos 16 anos de idade, Ed Motta chega com pinta de veterano, injetando soul no rock nacional, com seu disco de estréia com a Conexão Japeri. A Legião experimentou um sucesso estrondoso com “Faroeste Caboclo” naquele ano, mas viu o inverso da moeda num show em 18 de junho, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Confusão total, com Renato Russo sendo atacado por um fã no palco e a polícia descendo o pau na platéia, que saiu revoltado do show(que foi interrompido).

O incidente bateu forte na Legião que ainda teve a perda do baixista Negrete, que deixou a banda, mas mesmo assim, em 1989, finalizou seu quarto disco, “As Quatro Estações”, com a maior vendagem em disco da banda e a maior nos últimos anos do Rock Brasil. Em 7 julho de 1989, o clima era de luto: Cazuza havia morrido e em 21 de agosto do mesmo ano, morreria Raul Seixas. Era o fim de uma era do Rock Brasil.

Blitz
Um dos maiores fenômenos de venda de discos do início da década de 1980, foi o primeiro grande estouro da década de 1980 que, com apenas quatro anos de existência (1982-1986) e três discos, mudou o cenário da música popular brasileira, abrindo os caminhos que em seguida seriam percorridos por toda uma geração de bandas brasileiras, todas elas fortemente ligados ao gênero rock.

Suas músicas leves e dançantes contavam verdadeiras crônicas da juventude dourada da Zona Sul do Rio de Janeiro, que eram apresentadas nos seus shows, sempre superlotados, com a característica teatralidade do grupo, do qual faziam parte alguns dos maiores nomes do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, que dominou a cena teatral carioca na década de 1970. Entre os seus integrantes, figuravam Evandro Mesquita(sua música Você não soube me amar, de 1982, é sucesso nacional.), Fernanda Abreu e Lobão, que posteriormente iniciaram bem-sucedidas carreiras solo.

Titãs
Apareceu no cenário pop com oito integrantes: Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Antônio Carlos Liberati Belotto, Paulo Roberto de Souza Miklos, José Fernando Gomes dos Reis , Ciro Pessoa, Sérgio de Britto Álvares Affonso, Joaquim Cláudio Correia de Mello Júnior e André Jungman, formada em São Paulo, o nome de Titãs do Iê-iê-iê e uma estética muito influenciada pela chamada new wave, com muita mise-en-scène, roupas coloridas e letras leves como a de Sonífera ilha. Ciro Pessoa sai da banda em 1984 e forma o grupo Cabine C. No ano seguinte o baterista André Jung transfere-se para a banda Ira!, dando lugar a Charles Gavin. Arnaldo Antunes desliga-se em 1992 para seguir carreira solo.

Em 1984 lançam o primeiro disco pela Warner, já com o nome definitivo Titãs. Ao longo de sua trajetória a sonoridade do grupo alternou entre o rock básico, o som mais pesado da década de 80 e o flerte com o pop na década de 90.

O segundo disco da banda, Televisão, foi apenas um prenúncio da contundente postura que seus integrantes iriam adotar a partir do vigoroso Cabeça dinossauro, no qual começaram a utilizar guitarras distorcidas, beats tribais e eletrônicos e letras de uma contundência poucas vezes vista na história da MPB, nas quais fazem ácidas críticas a todas as instituições da sociedade burguesa. O disco seguinte, de 1986, acrescenta peso às composições e aos arranjos. Vieram, em seguida, Jesus não tem dentes no país dos banguelas, Go back, Õ blésq blom, Tudo ao mesmo tempo agora e Titanomaquia, nos quais foram radicalizando cada vez mais tal postura, chegando a um ponto de cansar o seu até então fiel público. Em 1994, resolveram rever o trabalho que vinham fazendo até então, lançando Um dois. O sucesso maior foi em 1997, com o lançamento do Acústico MTV, um álbum com releituras dos maiores êxitos em quinze anos de carreira (com algumas inéditas), que atingiu quase dois milhões de cópias vendidas. Volume II, lançado no ano seguinte, repete a fórmula do Acústico, incluindo sucessos que não entraram no disco anterior, mas não alcança o mesmo resultado. As Dez Mais (1999) é o último álbum lançado pela Warner, com repertório composto por versões para músicas de outros autores. Voltam a se reunir em junho de 2001 para a gravação de um novo disco, mas dias antes um acidente vitima fatalmente o guitarrista Marcelo Fromer. Outro fato marcante foi a saída de Nando Reis no final de 2002.

Barão Vermelho
Cazuza é considerado o principal letrista da geração anos 80 do rock brasileiro. Integra o grupo Barão Vermelho, responsável por sucessos como Bete balanço, Maior abandonado e Codinome beija-flor. Seu principal parceiro é Roberto Frejat, guitarrista que permanece à frente do Barão Vermelho. Descobre ter Aids em 1987, mas não se deixa abater pela doença, prosseguindo suas atividades artísticas. A maneira como resiste, até morrer, contribui em muito para derrubar os preconceitos que envolvem portadores de HIV. O Tempo não pára, seu último sucesso, foi gravado ao vivo em 1988.

O Barão Vermelho interrompeu o trabalho de composição e fez o disco Álbum, no qual visitou velhos sucessos de Rita Lee, Luís Melodia e Ângela Ro Ro, entre outros grandes nomes de um passado recente da MPB.

Paralamas do Sucesso
Paralamas do Sucesso, grupo de rock brasileiro formado pelo guitarrista e vocalista Herbert Vianna, pelo baixista Bi Ribeiro e pelo baterista João Barone. Surgiu em 1982 com a despretensiosa Vital e sua moto, executada com freqüência na hoje extinta Rádio Fluminense FM do Rio de Janeiro, um dos principais berços da geração de bandas de rock. Chamaram a atenção da gravadora EMI, pela qual lançaram Cinema mudo (1983) e Passo do Lui (1984). A consagração só veio com Selvagem, em 1986, a partir do qual começou a tomar forma a eclética sonoridade do grupo, que mescla os ricos ritmos brasileiros como o ska, o reggae e o rock. O sucesso desse trabalho levou a banda para o festival de Montreux, onde gravou ao vivo o álbum D, que, no entanto, não foi lançado comercialmente.

Em 1989, foi realizado Big-bang, considerado pela crítica o melhor trabalho da banda. Nele, gravaram obras-primas como Lanterna dos afogados (“Uma noite longa pra uma vida curta”). A partir de 1991, começaram a trabalhar o público latino-americano e o sucesso foi tão grande que justificou a versão para o espanhol de dez sucessos da banda em um CD que chegou a vender mais de 1 milhão de cópias em dez países.

Legião Urbana
Em meados de 1980, Renato Russo formou uma banda chamada Aborto Elétrico, começou no baixo e logo passou para a guitarra. Com o fim do Aborto Elétrico, Renato intitulou-se O Trovador Solitário e, com um violão, tocava abrindo shows de outros grupos locais e apresentando novas composições, como “Faroeste Caboclo”. Mas Renato não queria seguir sozinho. Ele achava que era importante ter uma banda no mundo do rock. Nesse mesmo ano Renato formou a Legião Urbana.

As primeiras formações do Legião contam ainda com Paulo Paulista (teclados), Eduardo Paraná (guitarra), substituído por Ico Ouro-Preto, e Marcelo Bonfá, na bateria. Em 1983, o guitarrista Dado Villa-Lobos entra no lugar de Ouro-Preto e cristaliza com um trio (Dado, Bonfá e Russo) a formação clássica da banda. O baixista Renato Rocha “Negrete” participa de shows e da gravação dos três primeiros discos. Já em 1983 o grupo se apresenta fora de Brasília, com grande sucesso graças ao compacto Será (1984). Ao longo da década consolida-se como uma das mais importantes bandas no cenário do rock brasileiro, e acumula sucessos como Eduardo e Mônica, Que País É Este, Pais e Filhos, Meninos e Meninas, Faroeste Caboclo e Quando o Sol Bater na Janela do Seu Quarto. A banda termina em 1996, com a morte do vocalista e principal compositor, Renato Russo, em decorrência de Aids. Marcelo Bonfá segue carreira solo e Dado Villa-Lobos é dono de uma gravadora, a RockIt.