História

Índia

Mesmo antes do final da Segunda Guerra Mundial, o nacionalismo indiano e sua revolta contra os ingleses já eram notórios. O controle britânico sobre a Índia foi então foi sendo dificultado pelas campanhas de desobediência civil e não-violência promovidas por Mahatma Gandhi, o precursor do movimento de independência.

As lutas nacionalista contra a Inglaterra eram inicialmente lideradas pelo Partido do Congresso (ou Congresso Nacional Indiano), fundado em 1885, que representava a população hindu, e pela Liga Muçulmana, fundada em 1906, que representava a população Islâmica. Das greves e sabotagens, Mahatma Gandhi, na década de 20 dirigiu contra os ingleses sua resistência pacifica, ganhado a liderança nacional quando comandou o boicote ao consumo dos manufaturados ingleses, defendendo o uso dos tecidos rústicos de algodão produzidos manualmente na Índia.

Depois de preso e liberado pelas autoridades inglesas (1922 – 1924), Gandhi promoveu passeatas, o boicote ao sal vendido sob regime de monopólio pela administração inglesa, revelando a inviabilidade da presença colonialista tradicional. A Inglaterra, buscando evitar uma confrontação radical, adotou a estratégia de libertação gradual, para preservar, pelo menos, sua influencia econômica.

Os ingleses abandonaram amistosamente a Índia, mas as rivalidades étnicas e religiosas entre grupos muçulmanos e hinduístas, dividiram o pais em União Indiana, essencialmente hinduísta, sob o governo do primeiro ministro Nehru, o Paquistão, muçulmano, que por sua vez foi dividicdo em Paquistão Ocidental e Paquistão Oriental, sob governo de Ali Jinnah. No extremo sul da Índia, na ilha do Ceilão, formou-se, em 1948, o terceiro Estado autônomo, com o nome de Siri Lanka, de maioria budista.

A divisão da Índia provocou a migração de milhões de refugiados de um Estado para outro, o que resultou em conflitos, com mais de um milhão de mortos. Em 1948, em meio a um desses confrontos, Gandhi foi assassinado.

Em 1971, o Paquistão Oriental proclamou-se independente do Paquistão Ocidental, constituindo a Republica da Bangladesh, mais recente chamada de Republica Popular de Bengala.

Em toda região, independência política não eliminou a condição de miséria da população, constituindo, no fim do séc. XX, um dos países mais pobres do mundo. Em contraste com o subdesenvolvimento, a Índia buscava instrumentos para firmar sua autonomia nas relações internacionais e lançou o domínio nuclear, explodindo sua bomba atômica em 1974, e desenvolvendo um complexo programa espacial.

De outro lado, agravado as inúmeras dificuldades nacionais, emergiram constantes e violentos conflitos étnicos, religiosos e políticos, desembocando no extremismo de grupos separatistas que tem instabilizado a região.

A possibilidade de irradiação desse extremismo por toda a Índia contava, especialmente com o declinante controle federal do Partido do Congresso, o qual envolveu o país numa ampla modernização liberal sem, contudo, conseguir reverter o quadro social de miséria e desigualdades que se agrava cada vez mais.

Apesar do crescimento econômico de 10% ao ano, na primeira metade da década de 90, a Índia chegou a apresentar 420 milhões de habitantes (de um total estimado de 920 milhões) vivendo abaixo do limite de pobreza, com uma parte significativa concentrada nas favelas ou nas ruas das cidades, além de 80% da população não possuir acesso à rede de esgotos e dois terços das crianças com idade inferior a 5 anos serem subnutridas.

A modernização indiana dos anos 90, atraiu empresas multinacionais, seus produtos e tecnologias, mas se mesclou com a sociedade tradicional e 25 mil sucatas.